CARTAS DE CHAMADA

Neste domingo, pouco depois das 13h, na RDP-África, a investigadora Margarida Calafate Ribeiro começou a falar sobre a África no Feminino. Neste livro, a autora realça o papel das portugas na guerra colonial, numa tentativa de reanimar a memória cultural colectiva lusa a partir da perspectiva das mulheres que acompanharam os seus maridos nas três frentes de guerra (Angola, Moçambique e Guiné-Bissau).

Muitas dessas mulheres foram arrastadas pelas “Cartas de Chamada”, acabando por juntar aos seus maridos numa missão imperial frustrada e frustrante (com sinais visíveis no pós-guerra, sendo de realçar as marcas sombrias que acompanham várias famílias portugas). Tem sido realçado alguns dados financeiros do desmoronamento trágico do sistema colonial e da lastimável ditadura salazarista, mas ainda não foram sistematizados os traumas do pós-guerra.

A África no Feminino aparenta-me como uma tentativa no sentido de ressaltar a participação das portugas em diferentes frentes, dimensões e modalidades. Portanto, as mulheres aparecem como sujeitos históricos da Guerra Colonial (1961-1974), quebrando assim o silêncio da maldita guerra silenciada (desculpem a redundância!). Por conseguinte, o livro abre as possibilidades realísticas para uma análise psico-sociológica dos confortos e desconfortos coloniais...

 
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