Caldeirada à moda da casa

Os bons exemplos começam em casa. Tive na família alguns homens que ousaram ser diferentes. Quando o meu avô do lado de mãe entrava na cozinha o caldo de peixe virava caldeirada. Já o meu avô paterno deixava a gente com a água na boca só de falar sobre os seus temperos. Ambos foram meus amigos do peito. Recordo-me com satisfação das habilidades dos meus mestres da culinária. Isto tudo para vos dizer que hoje é sexta-feira e cá em casa o almoço vai ser uma caldeirada à moda vô Yoto acompanhada com arroz branco à moda vô Raw. Tudo isso feito por mim.

CALDEIRADA

Ingredientes | Postas de peixes diversos de Porto Mosquito (garoupa-pintada, bidion, xalinu, moreia preta...); batata-doce, batata-inglesa e banana verde de Txan-pa-Riba; cebolona; tomate maduro; pimentão verde; azeite Oliveira da Serra; lima e alho di terra; salsa do quintal da vovó; sal.

Preparação | O primeiro segredo é a qualidade dos peixes. Não aconselho peixes do rio, porque peixes do mar têm outro sabor. Tempera-se as postas dos peixes à base de alho pilado com um pouco de sal. Rega-se com um pouco de lima espremida à mão. Deixa-se no tempero durante um bom tempo. (Para o pessoal da pinga, aconselho que junte-se ao tempero uma boa dose de malagueta da cor vermelha).

Outro segredo é controlar o tempo do tempero, umas duas horas. Às vezes, tempero as postas já com a panela ao lume e, confesso, que não costuma dar certo. Parece que fica sem tempero, sem sal.

O terceiro segredo é o tipo de tacho. Aconselho cada qual a cozinhar na sua própria panela. Panela da sogra não serve (corre-se o risco de salgar a comida!). Tendo em mãos uma boa panela de fundo raso, deita-se as rodelas de cebolona e tomate.

Deve-se colocar os cubos de batatas e as bananas antes das postas dos peixes, caso contrário estas ficam desfeadas. Deita-se por cima as tiras de pimentão verde, um pouco de salsa picada e sal q.b. Rega-se agora com um fio de azeite.

Depois do momento da fervura, deixe-se cozer em lume brando durante cerca de um quarto de hora. Serve-se com arroz branco (o meu arroz é à moda do vô Raw, segredo de família mas hei-de partilhá-lo aqui um dia desses).

Pode-se também servir com pirão à moda do Maranhão ou à moda do Papabedjo (meu bisavô). Nos finalmente, é bom que se tenha em conta a companhia. Todo esse trabalho para qualquer pessoa, não dá! Portanto... (agora é hora de dizer, não se fecha uma frase com portanto...).

SE FOR NUM SÁBADO OU NUM DOMINGO, PODE-SE COLOCAR UMA COLADEIRA A TOCAR.

 
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