Mamãe Velha, venha ouvir comigo
o bater da chuva, lá no seu portão.
É um bater de amigo
que vibra dentro do meu coração.
.A chuva, Mamãe Velha, a chuva,
que há tanto tempo não batia assim...
Ouvi dizer que a Cidade-Velha,
a ilha toda –
Em poucos dias já virou jardim...
.
Dizem que o campo se cobriu de verde,
Dizem que o campo se cobriu de verde,
da cor mais bela, porque é a cor da esp'rança.
Que a terra, agora, é mesmo Cabo Verde.
É a tempestade que virou bonança...
.Venha comigo Mamãe Velha, venha,
recobre a força e chegue-se ao portão.
A chuva amiga já falou mantenha
e bate dentro do meu coração!
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Amílcar Cabral
(Cabo Verde e Guiné-Bissau)
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