«Estamos certos de que a liquidação do colonialismo português arrastará a destruição do fascismo em Portugal.», Amílcar Cabr...
Cuba do Alentejo


a solidariedade sem fim...uma vez, numa conferência em Aveiro, um economista falou-me de Amílcar Cabral com muita emoção: «Um dos momentos altos da pesquisa para a minha tese de doutoramento em economia, foi quando li o trabalho de fim de curso do Amílcar Cabral... Imaginar o jovem Amílcar Cabral, nos anos cinquenta, em Cuba do Alentejo, preocupado com a situação no Alentejo foi, para mim, muito emocionant...
Murais Artísticos de Abril



Entre 22 a 30 de Abril de 2010, CES, Coimbra. Esta exposição reúne fotografias tiradas por Conceição Neuparth a pinturas murais, durante os anos que se seguiram ao 25 de Abril. Fiquei feliz por ver tantas pinturas nas paredes de Portugal em solidariedade com a nossa luta de libertação. E nós retribuímos com as palavras de Amílcar Cabral: «os nossos povos fazem a distinção entre o Governo colonial fascista e o povo de Portugal: não lutamos contra o povo português. Contudo, a situação objectiva de largas camadas do povo português, oprimidas e exploradas pelas classes dirigentes do seu país, deve fazer-lhes compreender as grandes vantagens que para...
René Pélissier


«cabo-verdianos eram mais educados, porque beneficiavam de cinco séculos de colonização.» - René Pélissier. Agora pergunto: é possível um país colonizado beneficiar da sua colonização? Sei que tivemos agentes coloniais, escravocratas e administradores, e existia um nível de instrução mais elevado, em comparação com as outras antigas colónias. Mas isto acontecia dentro da lógica colonial, com todas as suas contradições…
Quando vejo para a escravatura nas ilhas, séculos de fome e mortandade, penúria humana, emigração forçada, desumanidade laboral no campo, prisões políticas, elites aviltadas, como devo reag...
Mário Soares: o último rei de Cabo Verde


Suponho que, depois de 35 anos, Mário Soares ainda não compreendeu que a independência nacional era a única via necessária para Cabo Verde! Colónia ou Província, Jamais! Posto isto, podemos ser parceiros – como iguais – para tudo e mais alguma coisa...
Meus Primos Thugs


Quando tudo começou? Digamos que foi em 1947. Naquele ano de mortandade, tio Duarte tinha tomado a corajosa decisão de migrar para Praia, fazendo uma longa viagem pé na txon. Salvou-se da fome e da morte. Casou-se depois com uma bonita badia da capital. Teve um batalhão de filhos e filhas. Abriu uma padaria em Achada de Santo António, certamente para alimentar a sua multidão. Prosperou-se, e foi feliz... Até aqui, tudo bem!
Agora, não acreditam que, sessenta anos depois, os bisnetos do tio Duarte decidiram desmigrar para Calheta. Entraram num Hiace, e horas depois apareceram lá em casa.- Ya, primo! – disse o Nhuné, um primo meu da Calheta.- Ya, brother! Ya, anhos di fora, nhos e cool, ya! – disse um dos meus primos thugs.
Despistaram para o poial, e conversaram demoradamente com o Nhuné....
Calhetlântida


Alguém acabou de me perguntar qual é a origem do nome da minha aldeia. Não sei a resposta! A minha avó Dinora nunca me contou nenhuma estória que reportasse as aventuras de Jolofos pela ilha maior, nem a chegada das caravelas do século XV. Pensando bem, talvez o nome da minha aldeia deve ter sido importada de outras bandas. É que lá no arquipélago da Madeira, há sete léguas do atlântico médio, existe também uma Calheta, fundada em 1430, muito antes da minha. Trata-se de uma das mais antigas freguesias da ilha da Madeira. É também banhada por uma pequena baía, que lhe deu o nome. É muito verdejante, mas nem por isso mais bela do que a minha.
Podem me chamar de calhetista, mas já comprei o livro de Albano Figueiredo, um belo convite à Calheta da Madeira!
Caramba, não me aparece cá nenhum ser...