Calhetlântida

Alguém acabou de me perguntar qual é a origem do nome da minha aldeia. Não sei a resposta! A minha avó Dinora nunca me contou nenhuma estória que reportasse as aventuras de Jolofos pela ilha maior, nem a chegada das caravelas do século XV. Pensando bem, talvez o nome da minha aldeia deve ter sido importada de outras bandas. É que lá no arquipélago da Madeira, há sete léguas do atlântico médio, existe também uma Calheta, fundada em 1430, muito antes da minha. Trata-se de uma das mais antigas freguesias da ilha da Madeira. É também banhada por uma pequena baía, que lhe deu o nome. É muito verdejante, mas nem por isso mais bela do que a minha.

Podem me chamar de calhetista, mas já comprei o livro de Albano Figueiredo, um belo convite à Calheta da Madeira!

Caramba, não me aparece cá nenhum ser humano da minha Calheta que me escreva estórias dos homens do mar e da praça, da vida no campo e nas letras, das peixeiras batukadeiras e das crianças di boka portu, das lojas nas horas mortas e do cair da noite, do tempo em que o mar banhou o porto, das fofoqueiras e dos romances em formato livro, etc. ... De repente, fiquei com muita fome dos filhoses e das estórias.

 
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