«O Vírus do Poder» | um poema de Artur Vieira (ilha Brava)

Dona Chica sintonizou o pequeno rádio À cata de novidades de seu sofrido país. Anunciou-se a chegada da Democracia Sob os auspícios de Desenvolvimento e Liberdade Para promover o progresso da nação. Pela manhã, os jornais em enormes manchetes Elogiaram tanto a Democracia, que dona Chica Imaginou-se soberana Dama com poderes especiais Para realizar o milagre tão almejado do progresso. Dona Chica soube por uma professora local Que a Democracia se instalou no acanhado bairro Ali, na esquina, pertinho de sua casa. Então, dona Chica, como nos bons tempos, se enfeitou Para uma visita à distinta Dama que chegara. E qual não foi seu espanto ao encontrar a Democracia Esfarrapada, magra, olhar mortiço. Depressa, dona Chica voltou ao modesto recanto Pegou sua única galinha, preparou...

as águas subterrâneas

Na ilha há anos pelas esquinas do outro lado da cidade jazem as estátuas de velhas promessas. Porquê? E todo este povo calado. Do alto da ilha nua por dentro de tudo tua voz de pedra brada contra os murmúrios dos subúrbios desconhecidos rogando pragas às raças malditas quedando os sonhos de todo este povo da ilh...
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