Vadinho, o poeta de boka-portu

Cresci na baía do porto a ouvir rumores sobre um poeta nascido no sobrado rodriguenho. Entre as minhas fantasias infanto-juvenis e as minhas viagens pelo silêncio da noite, extasiava-me o facto de ter um poeta na minha pacata aldeia à beira-mar.

Por isso, foi com tamanha emoção que tomei conhecimento do lançamento, nesta quinta-feira, 17 de Abril, pelas 18:15mn, no restaurante-bar O Poeta, do quinto livro de Vadinho Velhinho, intitulado Tenho o Infinito Trancado em Casa. A apresentação estará a cargo de José Maria Neves e de Jorge Carlos Fonseca. Este poeta que partilha com o grande público o infinito, também é autor de O Túmulo da Fénix (2003), No Ponto de Rebuçados (2001), Adeus Loucura, Adeus (1997) e Relâmpagos em Terra (1995).

Pensando na recuperação do poeta de uma maldita febre que o abalou nos últimos dias e desejando para que logo mais se reencontre com o seu humor afinado, deixo aqui o rascunho de um poema que rabisquei, depois de ter lido Relâmpagos em Terra, especialmente para este meu poeta de boka-portu. Juntamente com os versos, reencaminho um forte abraço da família boka-portuense para o menino Vadinho e para a sua família na cidade grande.


desejo uma noite insone


rodeada pela baia nua,
espreitada pelas estrelas,
acariciada pela lua...

uma noite de insónia
é o meu desejo:
............para acomodar as ondas da baia
............e escutar o silêncio em cortejo.

a areia negra da baia
projecta o menino no sobrado rodriguenho,
poetizando a imensidão do mar, com euforia.

da varanda
receio ausentar,
pois a mamai velha, mesmo dormida,
exalta a ressonar.

Eurídice

 
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