4.Vai a mulher de boi pelo abismoda manhã. Que langor e delícia ternana austera vigil fronte, emborahajam ali depositado deusesseu alqueire de injúrias.Pedrestes e negros, vão ele e ela,mai-la sombra que é de ambos.Diz-me, tu, António, se é o boida paciência ou bulimundocaminho do enlace.Diz-me que torpor ou sombra delese adivinha nas íris da mulher,ou na fonte do bovino esponsal.Diz-me, tu, cujos olhos conhecemo prodígio que se não repete,inda tê-lo contemplado um diatransformou-te, como a mulher de lot,em emudecida estátua nos baldiosonde o primeiro raspão do frionos punha o coração em padecimento.Orai por eles, para que lhes seja leveo céu ensombrecendo-se a cadarotação, mas cimeiro retumbem sinosde passarem à rubra esquina do tardecer.José Luís Tavares..Parabéns, José Luís Tavares e Gláucia...