Silhueta desventurada

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Sou a sombra de um corpo que não existe
Sou o choro desesperado
Sou o eco de um grito articulado
Numa garganta sem forças
Sou um ponto no infinito
Silhueta da desventura
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…….Perdida neste espaço
Vagueando...finjo existir
Insistem chamar-me criança
E eu insisto ser
…….A esperança do incerto
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O meu tantã é de outros tempos
A melodia que oiço
É o crepitar de chamas
Confundindo-se com o roncar da fome
E o chão onde piso
É uma ilha de fogo
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A minha nuvem é a fumaça
Da bala disparada
………...Gotas salgadas orvalham
O meu pequeno rosto
Enquanto choro
Na esperança do incerto
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Odete Semedo (natural de Bissau)

 
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