Estou a ler este livro acabado de
sair, que conta uma história de amor em tempo de escravatura, entre uma «escrava» e o seu «senhor». O tal amor acontece na vila da Praia da ilha de Santiago, nas
barbas da alta sociedade local, com casamento de papel passado, no século XIX.
CURIOSIDADES::
Este é um livro sobre a história
do pai de Armando Napoleão Rodrigues Fernandes e avô da escritora Orlanda
Amarilis.
FALHAS GRAVES::
1) Rabelados surgiram na década
de 1940, numa luta contra a discriminação racial no seio da igreja católica. Portanto,
nunca foram uma comunidade de escravos fujões, pois, os tráficos negreiros - legal
e clandestino - foram abolidos desde o século XIX. De maneira que, não faz sentido
misturar a história dos rabelados com a luta contra a escravatura.
2) A língua das ilhas de Cabo
Verde já faz parte de facto do património nacional. Entretanto, é bom não esquecer que
existem diferentes variantes e cada qual com a sua história. Ignorando tal
questão básica, poderá ser visto como um erro grosseiro a utilização da variante de
uma dada ilha na conversa habitual de habitantes doutras ilhas, ainda mais em certos períodos históricos. Portanto, torna-se
importante não ignorar o modo de falar de cada lugar.
3) História de Cabo Verde. (Por vezes, fica a ideia que este livro tem muito mais descrições de viagens turísticas do que ficção histórica. A história de Cabo Verde é muito rica. E já há muitos documentos e análises históricas à mão de qualquer interessado, seja de origens caboverdianas, seja de outros países.)
3) História de Cabo Verde. (Por vezes, fica a ideia que este livro tem muito mais descrições de viagens turísticas do que ficção histórica. A história de Cabo Verde é muito rica. E já há muitos documentos e análises históricas à mão de qualquer interessado, seja de origens caboverdianas, seja de outros países.)