(Coimbra, 6 de Dezembro de 2007)
Durante vinte e um dias, vou estar com Santiago, dando uma ou outra escapadela. Entre os meus compromissos de investigação e as minhas outras escritas, pretendo desfrutar de uns dias de intensa cumplicidade nos braços de Santiago. Preciso regressar com a minha cabeça fresquinha para continuar a pedalada.
Mais do que acomodar/acordar os meus gemidos silenciados, desejo a aura de dias orquestrados no meu corpo olvidado, onde habitam as gotículas em pó-badiu. Neste meu corpo, a pasárgada sonhada em contos húmidos, repousam ainda as marcas de breves dias passados com o amargo sabor do mel...
Tantas são as saudades: do cheiro da cultura d’terra; dos passeios de fim-de-tarde, quando a paz parece reinar na confusa cidade da Praia; dos reencontros com as ondas rabugentas de quebra-canela; das saídas programadas para o interior; das manhãs de orvalho em Assomada; das noites ao relento na praça do Porto de Calheta; dos mergulhos na praia da Batalha; das conversas afiadas e das risadas da juventude boka-portuense; do milho assado da Anália d´Pundéka; di rapuzada da Sugunda d´Katilina; do doce-de-coco da Lálá; d@s nov@s e velh@s amig@s... Infelizmente, não vou poder dar aquele abraço a tod@s, o mar ciumento não me permite deslizar tanto.