Este fim-de-semana, dias 8 e 9 de Fevereiro, a Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC) realizou um colóquio internacional dedicado ao tema “Estudos Feministas e Cidadania Plena”, tendo convidado um conjunto de académic@s e activist@s para um diálogo sobre a possibilidade de uma cidadania plena das mulheres, neste mundo de amplas leis e práticas ainda discriminatórias. Logo na cerimónia de abertura, a assistência foi desafiada sobretudo com as palavras da ensaísta, crítica literária e profa. Maria Irene Ramalho, com a sua sabia mensagem sobre «as mulher substantivas». O momento mais alto da manhã ficou marcado com a exigente e depurada intervenção da politóloga Carole Pateman. Sem querer destacar apenas a intervenção desta académica internacional, queria chamar a atenção para o seu trabalho (uma vez que se trata da minha área de estudo), sendo de sublinhar três grandes obras da sua autoria: Participation and Democratic Theory (1970), The Sexual Contract (1989) e The Disorder of Women: Democracy, Feminism and Political Theory (1989). Aquele auditório quase mofo, para além das representações institucionais, foi perfumando ainda com as intervenções principais de Rosemaire Buikena (Univ. de Utreque) e de Fernanda Henriques (Univ. de Évora). Também foram fundamentais as mesas-redondas sobre “mulheres e migrações”, “mulheres e corpo” e “mulheres e violência”, que fomentaram o debate com as intervenções de Maria do Céu Cunha Rego, Carlos André, Virgínia Ferreira, Maria José Magalhães, Alcestina Tolentino, Teresa Cunha, Isabel Allegro Magalhães, Lígia Évora Ferreira, Cecília MacDowell Santos, Teresa Toldy, Mónica Andrade, Angélica Lima e muitas outras vozes. Com o cair da primeira noite, a poesia e a presença da poetisa Ana Luísa Amaral parece ter esbarrado subitamente as fronteiras de sexos.