Feira do Livro de Lisboa: Cabo Verde País Convidado

A 78ª Feira do Livro de Lisboa, no Parque Eduardo VII, começou no dia 24 de Maio e vai até o dia 15 de Junho, tendo Cabo Verde como país convidado. Para representar o país, com o apoio da nossa embaixada, tem sido desenvolvido um conjunto de actividades, englobando diversas áreas (ciência, música, literatura e gastronomia) e contando com a presença de convidad@s especiais vind@s do país e residentes aqui em Portugal. Quanto à literatura cabo-verdiana, com séculos de existência, sinto um nó na barriga quando penso na sua fraca divulgação além fronteira. Tenho uma enorme inveja da literatura angolana e da literatura moçambicana, que, cada vez mais, têm sido divulgadas pelo mundo. Porque é que tão pouc@s escritor@s cabo-verdian@s conseguem publicar fora do espaço nacional? Acho que chegamos a uma fase em que, deixando de lado os nossos bairrismos e coscuvilhices internas, devemos lutar para projectar a nossa literatura como ela realmente merece.

Na minha primeira visita à Feira do Livro, fiquei boca aberta com tamanha assistência, acima de tudo com a capacidade de resistência das pessoas que compareceram para ouvir os quatro oradores a dissecarem sobre a música cabo-verdiana. A conferência estava marcada para 6:30mn, tendo começado com um ligeiro atraso, à cabo-verdiana. Ainda perto das 22:30mn, a assistência mantinha composta no auditório principal. Desconfio que o que prendia as pessoas naquele auditório era o cheirinho da katxupa, que estava pronta para ser servida. Terminada a sessão, serviram a tão esperada katxupa feita com produtos da terra. Depois chegou a hora para um pé de dança, uma coladeira improvisada. Um jovem mexicano perguntou-me como é que ele devia mexer os seus pezinhos. Fiz de conta que sou uma expert no assunto e lá fui eu ajudar o mexicano que já tinha comido a katxupa, bebido o grogue, comprado um livro e apenas esperava para dançar uma coladeira. Bom, suponho que fiquei bem na fita, até houve palminhas...


Revista Direito e Cidadania

O meu regresso à Feira do Livro foi para a apresentação da Edição Especial da Revista Direito e Cidadania. Num auditório bem composto, o jurista Jorge Carlos Fonseca (Director da Revista e Presidente do Instituto Superior de Ciências Jurídicas e Sociais [ISCJS, Cabo Verde]) deu o pontapé de saída, fazendo uma breve apresentação da conhecida revista e agradecendo pela maravilhosa e notável assistência. Passou a bola para mim, que, entusiasmada perante a assistência, tentei dar a minha contribuição a partir do campo político, avançando para o meio campo feminino. A seguir foi a vez do economista João Estêvão, que fez uma passagem rápida pela economia cabo-verdiana, no pós-independência. E, seguidamente, a psicóloga Iolanda Évora rematou para a baliza da diáspora. No final da apresentação, a assistência mostrou-se satisfeita com a possibilidade de ter pelas mãos 19 estudos/depoimentos sobre o pós-independência cabo-verdiano, abarcando o Estado de direito e a democracia, a economia, a cultura, a educação, a saúde, a justiça e a diáspora.

 
Design by Free WordPress Themes | Bloggerized by Lasantha - Premium Blogger Themes | Laundry Detergent Coupons