Este ano, com a chegada do «verão quente», aceitei o desafio de redescobrir bocados da terra lusa. Como adoro cidades históricas, sobretudo aquelas pacatas que quase ninguém dá por elas, foi com muita emoção que peguei na minha velha mochila de couro, metendo lá dentro um diário cor‑de‑rosa, um lápis afiado, uma máquina fotográfica digital, um livro de poesia com folhas soltas e uma caixinha de maquilhagem com um bâton de cor nenhuma e um pequeno espelho. Numa sacola extra, levei um protector solar, uma garrafa de água, uma escova azul para os dentes e uma outra para os cabelos, entre outras tralhas de mulheres... Saí de casa preparada para o grande sol que se previa: uma boina, uns óculos bué da giros, pernocas ao léu e uma blusa verdazul. Entrei na viagem.
A passagem mágica pela Ponte da Arrábida, que liga Porto e Vila Nova de Gaia, foi a primeira grande maravilha da viagem. O silêncio do rio Douro convidávamos para uma outra viagem, mas não caímos na tentação e seguimos o nosso percurso previamente delineado. Continuamos a flutuar pela auto-estrada com muita música, prosa e suspiros...