Vila Nova de Gaia

Desfilámos por vilas piscatórias do Grande Porto, observando a mansidão do mar. Depois seguimos para Vila Nova de Gaia. Numa dessas voltas, cruzámos com a Loja do Pescador (que me fez recordar de o Monumento do Pescador, algures em Caminha). Percorrendo a borda de Gaia, cheirámos o famoso vinho do Porto. Passámos pelo Cais de Gaia, área turística de belíssimas esplanadas, agradáveis restaurantes e simpáticos bares, na margem esquerda do rio Douro. Com as pernas fraquejadas, sentamos numa tasca típica da região para um almocito, tendo à frente a zona histórica do Porto, eleita património mundial.

Poucos segundos depois, apareceu na nossa mesa uma senhora poliglota. Respondia ao empregado transmontano, falava com o turista italiano da mesa oito, acudia a uma espanholita que queria saber onde fica não sei o quê, despedia do casal francófono, mandava sentar o britânico escaldado... Quando chegou na nossa mesa, entoei as minhas saudações na língua cabo-verdiana, variante de Santiago, pensando que ela ia desmanchar-se em incompreendismos. Muito pelo contrário! A dona de cara linda virou para mim e disse num sorrisso gargalhado: “a menina é cabo-verdiana! Olha que tive uma colega da Praia. Deve conhece-la! O nome dela é Fátima... Mas já só me lembro da palavra kretxeu e também da Cesária Évora.” Fartei‑me de rir com a animação da senhora tão expert no seu ofício como as rabidantes lá da minha terra...

No cambar da tarde, regressámos para Coimbra. Aproveitei para revestir a minha sacola extra e trocar acessórios na minha mochila. Depois segui sozinha para a segunda parte das minhas férias. Desta vez, para além de uma estadia prevista em Lisboa, tinha planos para uma escapadela até Sintra.

 
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