Filha do Mar

Quando nasci, no dia primeiro da segunda metade de um jucundo Novembro, a minha pequena aldeia parecia serena. A vizinhança escutava a dor da mãezinha, segurada pelo enfermeiro confiante, que recusou chamar a parteira.

A Afrodite preparava-se para pousar no silêncio da noite, acompanhada pela melodia das ondas, que lambiam a areia negra sonolenta. Porém, um manto largo castanho-avermelhado estendia-se no céu, desde o cimo de Monte Serrado. As lágrimas dos deuses e das ninfas começavam a cair. Até pareciam conduzir Orfeu às profundezas do Hades para resgatar a Eurídice.

Algures entre as montanhas e os vales, no momento em que a povoação se preparava para embalar na mansidão da noite, entoei o meu primeiro grito. Emprestaram-me o nome da bela ninfa auloníade, reencarnando subitamente um amor eterno. Para o meu desassossego, semearam o meu cordão umbilical no mar e traçaram o meu destino com o primeiro relâmpago.

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Já agora, parabéns para a Ana Preste lá no Brasil e para a minha prima Larissa em Cabo Verde, que também fazem anos hoje… E para tod@s outr@s amig@s que (re)nasceram no mês de Novembro, em especial: Elinha, António CeS, Evy e Shely (14 de Nov); Carla Sofia, BSS e Miriam Elizabeth (15 de Nov); Diva (17 de Nov), etc. Ainda um especial abraço a outr@s novembristas: Sara Araújo, que se encontra numa fase de pesquisa empírica em Moçambique; Ondjaki, pelo Há Prendisajens com o Xão, que escolhi para “chãonhe-ser-me”.

 
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