BOKA-PORTU


Aprendi a nadar na baia do Porto. Quando era pequena, fingia que era sereia. Gostava de subir à pedra-preta, mostrando apenas a minha metade humana. Desejava ter cauda para mergulhar no fundo do mar. O mar fazia parte das minhas fantasias!

Enquanto brincava de sereia, o meu mano Lindo (Monga para os amigos da bola) tentava aprender a pescar. Em Bosta Minhoto, ele quase descobriu o segredo dos pescadores: uma vez, capturou um “manelon”; outra vez, conseguiu enforcar um polvo.

O ponto auge da sua distinta carreira de menino-pescador, foi no dia em que esmagou uma moreia. Os anos passaram e a baia do Porto foi se tornando pequena demais para tantos sonhos. Fugi para terras distantes, procurando uma universidade de que costumava ouvir nas conversas do meu avô. E o meu mano desistiu da arte de pescar, procurando o futuro entre a Sociologia e o Direito.
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(Todas essas lembranças vieram-me à mente depois de esbarrar no Hi5 do meu mano, que me brindou com uma linda fotografia da baia do Porto. Mau fotógrafo! Se esse fotógrafo tivesse virado pelo menos 2cm à direita, eu contemplaria a casa caiada de branco, onde cresci.)

 
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