I.5. festança

Assembleia da Aldeia decretou que o ambiente deve ser preservado para o conforto das nossas gentes e para as futuras gerações... Aprovamos a construção de três complexos hoteleiros de padrão internacional para o povoamento do Monte Txota, do Monte Serrado e da vizinhança do Cemitério de Ponta Verde, com o imprescindível lema de turismo ecológico, tendo a natureza como a protagonista em qualquer actividade (um dia desses, vou acompanhar um grupinho numa caminhada pelo concelho, subindo e descendo os montes, e, no final, nada melhor do que ver peixinhos no fundo do mar!).Depois do regresso da paz, a Assembleia da Aldeia decidiu fazer uma festança....

I.4. bodeku

Então, no passado mês de Maio, houve tanta confusão por causa de um bodeku desaparecido... Mas isso não interessa agora!... Retomando o sonho, Djon‑Da‑Kruz Kamundongu começou a fazer geminações aqui e acolá. É só geminações!... Disseram-me que cunharam-lhe de Kamundongu por causa do seu paladar afinado. Como bafiu, tartarugas e pombas, não! Ele toca noutra banda! Disseram-me que ele prefere lagartixas fritas e gafanhotos grelhados. E até dizem que é por isso mesmo que Djon‑Da‑Kruz Kamundongu tem um físico atlético, invejado pela malta da oposição local. Bom, indo directamente ao sonho, Djon‑Da‑Kruz Kamundongu conseguiu um montão de computadores e materiais didácticos para as escolas e centros juvenis do concelho; quase meia dúzia de autocarros, sendo três especificamente para deslocar a malta...

1.3. Praça das Estórias

«Numa noite de Verão, à varanda da nossa casa frente ao mar e hoje frente à Praça, contemplava a minha aldeia mergulhada numa escuridão tremenda e eu, sonhadora e romântica, antevia Calheta num prisma diferente: uma Vila iluminada e com vida nocturna capaz de desafiar a própria Vila do Tarrafal. De mansinho, o mar beijava a praia na areia luminosa, como que debaixo do cântico da magia das sereias.»Dionísia VelhinhoUtopicamente tinha pensado que em cinco dias ia conseguir dar conta do sucedido, mas, pelo andar da caminhada, apercebi-me de que vou precisar de mais diazitos para relatar este sonho. Bom, foi assim...Nu kebra kel matacan de penedu...

1.2. de alto à baixo

SeSe cada gesto saísse soltoSe casa desejo tivesse corpoDe uma rocha de solSe cada lágrima cavasse a almaE túnel fosse onde coubesseSe com a força dos meus dedosRasgasse o vento (…)TacalheSão Miguel Arcanjo, nosso intercessor lá no céu, batalhou contra os malvados espíritos que bolçaram sangue na nossa terra. Para fazer a justiça, durante três dias, não parou de chover, mansamente. Chovia na terra e no mar; chovia dentro de nós. Num piscar de olhos, um manto verde estendeu‑se pelo concelho, desde o cimo dos montes até às ribeiras. Verdejava ternamente. E as nascentes brotavam água como no antigamente, rastejando pelas ribeiras. Em Flamengos, Ribeira Principal, Ribeireta e Ribeira de São Miguel, as águas cristalinas relembravam os velhos tempos. Manguinho de Seti Rubera voltou a combinar o...

I.1. tintim por tintim

Contaram‑me tudo, tintim por tintim. Então, disseram‑me que foi no final da tarde, quando toda gente preparava‑se para jantar no sossego das suas casas. Uma chuva das grossas começava a cair, relampeando na terra como nunca dantes. Tombavam sangue dos antepassados que habitavam a aldeia. As bocas berravam tal acontecido facto. A aldeia fervilhava num redemoinho de vozes destoantes. E as humanas almas estremeciam de tamanha injustiça cometida aos antepassados.Antes do sol raiar, numa reunião na Escola Nova, um grupo de homens e mulheres da aldeia, por unânime unanimidade, concordaram que alguma coisa devida era necessário fazer para apaziguar...

I. Imaginar São Miguel --- 25 a 29 de Setembro

«O que faz andar a estrada? É o sonho. Enquanto a gente sonhar a estrada permanecerá viva. É para isso que servem os caminhos, para nos fazerem parentes do futuro.»Fala de Tuahir (Terra Sonâmbula, Mia Couto).Em cinco dias, vou deixar aqui pedaços de contestação sobre o estado do concelho de São Miguel. Trata‑se de um sonho para fazer andar a estrada... Este sonho será contado em cinco tecladas: I.1. tintim por tintim; I.2. de alto à baixo; I.3. Praça das Estórias; I.4. bodeku; I.5. festan...

Basta!!!

Na minha aldeia, ensinaram-me a receber bem as visitas, com a necessária morabeza e a oferecer pelo menos um copo de água fresca. Também ensinaram‑me que, na casa das outras pessoas, não devemos nunca esquecer as regras da boa educação, entrando e saindo sem provocar sarilhos em espaços alheios. Não recordo qual procedimento é mais indicado para lidar com as visitas quando começam a ser incómodas. Longe de nós da aldeia mandar alguém para fora da nossa humilde casa! Enquanto penso nisso, vou aquecendo os músculos...Como sou eu a dona deste blog, vou manter a opção «anónimo». Não me interessa quem é o «anónimo I» ou o «anónimo II», nem descodificar...

boas vindas à caloirada

cidade, universidade e diversidadeCoimbra é «uma espécie de estufa» preparada para a universidade e para a malta estudantil. É desta forma que muitas pessoas definem a cidade de Coimbra. Por albergar a mais antiga universidade lusa, Coimbra é distinguida pelas suas tradições académicas seculares...A malta estudantil é recebida de braços abertos nesta cidade, que sem o brio juvenil mais não é do que uma alma penada. E o ambiente coimbrão marca a vida de cada estudante que por aqui passa.A universidade oferece condições óptimas para a revelação de grandes estudantes (com ricas bibliotecas, vastíssimos depósitos de obras milenares, reputados laboratórios...

«Anónimos»

Cavalheiros, se quiserem dar coices, procurem o curral mais próximo! Se quiserem resolver problemazinhos antigos que ainda vos assombram, esperem para quando se cruzarem! Enfrentem-se! Dois ou três socos (risosss…) não faz mal... Não quero com isso incitar a violência, pois basta o que os thugs estão a fazer lá na nossa capital. Mas também estar aqui a ouvir as vossas fúrias... Upss… ai como eu sofro!!!………Estou a gostar dessa experiência na blogosfera. Porém, manter um blog dá muito mais trabalho do que inicialmente pensava. Para além de preparar os posts, dialogar com blogistas da vizinhança, receber as visitas e reagir aos comentários, ainda querem que eu compre uma lanterna para vigiar os anónimos.Bom, nunca preocupei‑me com o anonimato, nem quero ter essa preocupação. Interessa‑me o diálogo,...

Pátria

Julinhu d’MoreraNão me lembro em que classe andava. Julinhu d’Morera, colega de turma do meu mano Lindo, era demasiado distraído. O pai ralhava‑lhe sempre por causa da desatenção indevida que dedicava à leitura e aos estudos.Bom, naquele ano, num exame da primária, após ter lido um texto sobre a “Pátria”, onde suponho que uma mãe vagamente explicava ao filho o significado da Pátria, a sua querida professora Clarisse perguntou:- menino Júlio, o que é a Pátria?- hummm... (murmurou durante segundos).- Júlio...- Prusora, prof... A Pátria é a minha Mãe!Foi assim que respondeu o Júlio, com a insegurança contida na resposta que lhe valeu a reprovação...

Estátua Imaginada

.Sentadodesenhas a espumaque dos ossos dos sonhos se erigee progride rente à noite do martírioDe péfrondoso entre as frondosas árvoresestilhaças o crâniodas antigas odes e das suas rememoraçõespara o teu povo celebrare os seus heróiserectos no alfabeto de um novo tempoDebruçadosobre a lonjurados séculos de dor e esperançatal sombra em busca de corpoescrutas o azulque do silêncio em mar se transfiguraExpectanteas penedias entre os regaçose as secas ribeiras sobre o dorsodo mar constróisum novo verde marque se petrifica entre os dedosinundados de sol e suorCaminhantefloresces um hino infante dos séculosque em pátria se plasmamna sua demanda do verdeainda apenas pressentidoea espumaé entãoo rosto mais recentea face mais dançarinada memória e da esperançanuas e límpidasna pátria dos nossos avôsPraia,...

«Tribunal de Opinião»: Perfil Político de Amílcar Cabral

Amílcar Cabral, líder e teórico da luta pela libertação da Guiné-Bissau e Cabo Verde, ficou registado na história do século XX, com a sua contribuição contra o colonialismo português. A sua obra tem sido estudada pelo mundo fora. E é hoje uma referência no âmbito dos Estudos Culturais e dos Estudos Pós‑coloniais.Feitas essas considerações, abro esta página para uma pequena discussão sobre Amílcar Cabral. Posso ser a «fada madrinha» de Cabral, e proponho o Anónimo I como «advogado do diabo». Cabe ao «advogado do diabo» uma postura crítica, procurando contestar as ideias de Amílcar Cabral e gerar pensamento crítico.As pessoas que quiserem participar...

Amílcar Cabral

Diogo e Cabral Diogo Gomi mora la di ribaNa lado de cá PresidenteMora na mei de 3 ContinenteCabralLi di baxo ta gritado bibaDiogo sta rostu pa ParlamentoAmílcar de cara pa cemitérioNha guenti más ki mistérioÊ sodade ô ê esquecimento?Mário LúcioQuando vi o retrato da “coincidência” postada em Djaroz, parei para pensar na estátua de Amílcar Cabral, fuliadu na kobon, algures em Taiti, bairro “descartável” da capital cabo‑verdiana... Como refere o Sociólogo e Historiador António Leão Correia e Silva, Várzea devia ser sublimada por causa do seu papel no decurso da história do nosso país. Por isso, acho que não é de todo mau manter a estátua do fundador...

Violência Urbana

«os nossos valores»Num artigo de opinião, publicado no asemana online, Dulcineia faz um apelo para a mudança de atitudes, tendo em atenção a violência e a onda de assaltos na nossa Praia. Diz a cronista que “é angustiante viver numa sociedade onde pouco podemos fazer, porque vivemos amedrontados.” Ainda realça a sua angústia perante a fraqueza dos nossos valores para fazer frente a situações de violência na nossa pequena capital.Para quem convive diariamente com a insegurança flutuante dos últimos anos na Praia, para quem se encontra na diáspora, ou mesmo para um/a turista, custa acreditar como a violência urbana penetrou fortemente a capital cabo‑verdiana. É lamentável como as autoridades pouco conseguem fazer para apaziguar o clima de insegurança instalado! Mas não é por esse caminho que...

Angola

Ondjaki Hoje, dia das segundas eleições angolenses após a abertura política, para além de ter acordado com um sms do Tavira, recebi um email da Paredes com a lista de finalistas do Prémio Portugal Telecom de Literatura 2008. Mais uma vez, o escritor angolense Ondjaki encontra-se entre os dez nomes escolhidos para a grande final no dia 29 de Outubro. Bom, vou aproveitar a data do anúncio dos resultados para postar uma pequena nota aqui neste esconderijo sobre a escrita do Ondjaki. Por agora me apetece parabenizar o jovem escritor e as estórias de Luanda contidas em “Os da minha rua”! Um abraço bem forte ao velho abacateiro...5 de Setembro: Bom...
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