I.5. festança

Assembleia da Aldeia decretou que o ambiente deve ser preservado para o conforto das nossas gentes e para as futuras gerações... Aprovamos a construção de três complexos hoteleiros de padrão internacional para o povoamento do Monte Txota, do Monte Serrado e da vizinhança do Cemitério de Ponta Verde, com o imprescindível lema de turismo ecológico, tendo a natureza como a protagonista em qualquer actividade (um dia desses, vou acompanhar um grupinho numa caminhada pelo concelho, subindo e descendo os montes, e, no final, nada melhor do que ver peixinhos no fundo do mar!).

Depois do regresso da paz, a Assembleia da Aldeia decidiu fazer uma festança. Convidámos os concelhos vizinhos. De Cidade Velha, chegaram vasilhas de grogue; de Assomada, sacos de milho; de São Domingos, batatas e cenouras para o guisado; de Picos, feijão verde; de Pedra Badejo, atum fresco; do Tarrafal, mariscos; dos Órgãos, frutas de três variedades; da Praia, uma carrada de rusgadores. Antes das visitas chegarem, a casa já estava arrumada, y Máxima d’Guida trazi bodeku, na korda. Foladu bodeku, matadu porku y piskadoris trazi txitxaru fresku pa grelhada. Foi uma grande festa, com artistas locais e nacionais. Inclusive, elementos do grupo‑kanekinha reapareceram (fiquei um pouco triste, porque, após dois singuelada, Nelu desatinou e, numa música desaforada, rematou com esta: “nhós bá garbata mar!” Nelu, nunca mais diga isso!). Apesar desse pequeno chateanço, fartei‑me de dançar o batuque na melodia da Nasia Gomi e da Mimita Pereira. Nunca tinha dançado tanto... E nunca ninguém tinha assistido a uma festa dessa, nem nas aldeias vizinhas.

Pe. Arlindo, Pe. Angelino e Pe. Teodoro chegaram para benzer a obra, louvando um povo que cedo aprendeu a dançar ao som das ondas, e a contar estórias às estrelas.

 
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