.2008 foi um ano maravilhoso para a blogosfera berdiana. Novos blogs foram inaugurados, trazendo mais ideias e emoções, com inevitáveis polémicas, a esta nossa “nova diáspora” (usando a expressão do poeta bloguista-- não me lembro em que post). De entre tantos outros novos blogs, daqui vai um bouquet de flores especialmente para: Bianda, Ku frontalidade e Ali bem tempu. No meio desse aflorescimento, vozes amigas e informativas foram silenciando: Blog do Paulino e Amante da Rosa... O ano que está prestes a acabar foi marcado, acima de tudo, pela solidariedade na blogosfera: o caso Ana Rodrigues (todas as contribuições estão disponíveis no Blog pela Educação); o caso Procurador Vital Moeda (um dossiê documentado seguiu para as instituições públicas competentes). Esses dois gestos, juntando a...
Festas Felizes


Desejo festas felizes a todos e a todas que por aqui passarem.Muitas prendas, uma montanha de miminhos e calorosos abraços!Imagem: Sofia Monte...
Deklarason Universal di Direitus Umanu



Hoje, Dia Internacional dos Direitos Humanos, e celebrando o 60º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948-2008), a CNDHC apresenta esta declaração na Língua Cabo-Verdiana. Trata-se de um gesto que contribui também para a valorização da nossa amada língua materna....e assim, com este post, fecho este dia que dediquei exclusivamente às actividades de promoção dos direitos humanos.Boa noite! E que cada amanhecer seja uma oportunidade para a construção de uma humanidade mais humana, de um mundo mais justo, mais solidário e mais desejado por todos e todas...
Diga: BASTA!!!



....... . ...... .... Violência contra as mulheres é intolerável!.Pincelada: Edith Bor...
Amadora: uma cidade para tod@s!


.Acabo de receber a informação de que o luso-caboverdiano Francisco Pereira vai candidatar-se à presidência da Câmara Municipal da Amadora, nas próximas eleições autárquicas portuguesas. Esta candidatura independente «pretende dar resposta ao inconformismo da população, e em especial da população jovem, face à difícil situação social em que Amadora se encontra.»Francisco Pereira afirma que: «É uma aposta, um desafio que enfrentaremos em conjunto, com coragem, com a firme convicção que havemos de vencer, pois temos uma enorme vontade de fazer e de transformar a Amadora, que é hoje uma cidade insegura, triste e cinzenta.» Veja mais: aqui!Trata-se de uma candidatura pela inclusão, numa cidade onde uma larga franja da população experimenta os mais diversos tipos de exclusão! Desde já, Igualdade...
Vinte Sete



Faço anos. Já sabem que sou escorpião: temperamental, teimosa, possessiva, ciumenta, persistente, determinada, resistente, sensível, calorosa, emotiva, arrojada, misteriosa e sentimental... Promessa seja feita aqui e agora: vou lutar para ser uma pessoa melhor (menos chata!) nas próximas sete décadas!!!... Os anos são para mim, mas o bolo é para quem aparecer cá em casa, uma boa razão para juntar a malta, comemorando a eleição de Barack Obama e recordando Myriam Make...
“Retratos Cativos”


4.Vai a mulher de boi pelo abismoda manhã. Que langor e delícia ternana austera vigil fronte, emborahajam ali depositado deusesseu alqueire de injúrias.Pedrestes e negros, vão ele e ela,mai-la sombra que é de ambos.Diz-me, tu, António, se é o boida paciência ou bulimundocaminho do enlace.Diz-me que torpor ou sombra delese adivinha nas íris da mulher,ou na fonte do bovino esponsal.Diz-me, tu, cujos olhos conhecemo prodígio que se não repete,inda tê-lo contemplado um diatransformou-te, como a mulher de lot,em emudecida estátua nos baldiosonde o primeiro raspão do frionos punha o coração em padecimento.Orai por eles, para que lhes seja leveo céu ensombrecendo-se a cadarotação, mas cimeiro retumbem sinosde passarem à rubra esquina do tardecer.José Luís Tavares..Parabéns, José Luís Tavares e Gláucia...
Cantos do meu país


.Canto as mãos que foram escravasnas galéscorpos acorrentados a chicotenas américasCanto cantos tristesdo meu Paíscansado de esperara chuva que tarde a chegarCanto a Pátria moribundaque abandonou a lutacalou seus gritosmas não domou suas esperançasCanto as horas amargasde silêncio profundocantos que vêm da raizde outro mundoestes grilhões que ainda detêma marcha do meu PaísJulião Soares Sousa (natural de Bula, Guiné-Biss...
Sra. Ministra!!!



«Só podemos considerar discriminação as medidas que tratam de uma forma diferente situações iguais. Nessa altura, ainda não estava no ministério da Educação, mas como mulher, cidadã e ligada aos Direitos Humanos foi uma questão que sempre me preocupou (...). Desde o primeiro momento essa medida mostrou-se ser uma suspensão temporária, de forma a que a jovem possa ter o seu bebé da melhor forma, sem perder o direito à frequência. Na realidade a aluna grávida que, permanece no sistema de ensino, a maior parte das vezes perde o ano escolar. Portanto, essa medida foi adoptada para proteger a maternidade e a infância e criar condições para que haja...
Voltei da ilha



Fui no dia 2, e voltei no dia 7. Foram dias intensos, marcados pelas discussões acerca das “Mestiçagens Socioculturais e Procura de Identidade na África Contemporânea”, e noites serenas. Não havia música na capital para a malta dançar, apenas umas migalhinhas da música tradicional lá no Quintal... Limitei‑me a convívios caseiros (comi milho assado, e trouxe Spiga do Princezito!). Também escutei a sugestão do Vadu: Dixi Rubera! Dei uma escapadela ao interior da ilha...Calheta na penumbraTriste fiquei ao ver Calheta na penumbra! Voltámos à era do podogó! E parece que ninguém se importa com o facto de os frigoríficos da aldeia estarem vazios e do...
à caminho da ilha maior



Vou ao encontro de Santiago, desejando que os próximos dias tardem a passar, e rogando para que as noites sejam longuíssimas!... E que me guardem milho assado! Também vou querer ver a nova roupagem da ilha, e deliciar-me da fragrância de Novemb...
Latada



Vejo a caloirada solta por um lado ou por outro, mas a maioria está “acorrentada” à sua madrinha ou ao seu padrinho. A Festa das Lata de Coimbra começou há uma semana, com serenata, concertos e bebedeira. E, esta terça‑feira, a Praça da República está engarrafada por causa do cortejo da latada. Latada é uma festa parecida com o carnaval, uma espécie de ritual de iniciação pública para a caloirada. Saindo do largo D. Denis, a malta segue pela avenida até ao Mondego, entoando cânticos de bizarria e rindo-se à‑toa para a multidão que se aproxima do palco da festa. Quando a noite começa, a caloirada baptizada com as águas do rio liberta‑se para devaneios...
Michelle and Barack Obama (II)



…última semana antes da grande terça. Tudo indica que Obama será eleito no dia 4 de Novembro.Inicia-se assim a contagem decrescen...
Grande Prémio Cidade Velha


Grande Prémio Cidade Velha 2008O historiador Elias Moniz, autor da tese de doutoramento Africanidades e Eurocentrismos em Pelejas Culturais e Educacionais no Fazer-se Histórico de Cabo Verde, é o vencedor do Grande Prémio Cidade Velha, instituído pelo Ministério da Cultura de Cabo Verde. Trata‑se do maior prémio nacional atribuído à investigação científica, social e humana, sobre a realidade cabo-verdiana, sendo um incentivo à produção nacional, num país onde quase inexistem apoios institucionais nesta área.Grande Prémio Cidade Velha 2005Na 1ª edição do Grande Prémio Cidade Velha, o vencedor foi o sociólogo Gabriel Fernandes. A sua tese de doutoramento deu origem ao livro Em Busca da Nação: Notas para uma Reinterpretação do Cabo Verde Crioulo, que juntamente com a sua obra prima (--A diluição...
«perguntas cafeanas»


João BrancoUma jovem mulher que mora com um “tio”, toma conta da casa, dá-lhe carinho, amizade, sexo, em troca das propinas da Universidade e de umas roupas na boutique mais in da cidade, entra num sistema de trocas que não difere muito do tipo de relacionamento que existe em tantos casais que vemos por aí, ou é preciso chamar os bois [leia-se “vacas”! --- (este parêntese é da inteira responsabilidade da autora deste blog)] pelos seus nomes?Eileen[…] Eu ainda acho que o “tio” que paga as propinas é que sai com lucro do tal relacionamento. Vejamos: já está com mais de cinquenta, tem um bom salário, logo, dinheiro não é problema. Mas! Está só, não sabe tomar conta de si, porque foi casado e era a mulher que lhe fazia a comida, cuidava dos filhos, vigiava a sua própria saúde, dizendo-lhe “não...
Doméstica violência, e se eu for a próxima?



«em alguns bairros críticos da Cidadede São Filipe, 43% das mulheres dizemque são agredidas diariamente.»………doméstica violência…e se eu for a próxima?…se esta minha pele macia, sumaúma,agredida for por um…?…se o meu corpo de sereiamanchado ficar com as mãos di nha kretxeu, ki kren txeu?…se na minha face de encantadao sorriso for travado por lágrimas desesperadas?…e se eu for a próxima?...
Voto pela Felicidade!



Sim, sou a favor da união entre pessoas do mesmo sexo! Contra todos os preconceitos e moralismos vazios, devíamos deixar de obstaculizar a felicidade dos gays e das lésbicas! É claro como a água do riacho que «os direitos sexuais são direitos humanos»! (Veja os principais pontos em discussão na terra lusa aqui: Lilás com Gengibre)...………..Notícia da hora do almoço --- infelizmente, o projecto de lei do BE (casamento entre homossexuais) foi chumbado! E o PS justificou que «não era o momento certo para fazer alterações à lei em vigor». Conta outra, PS!!! Uma excepção fantástica, a do Manuel Alegre... Um dia desses vou declarar a minha paixão por...
o desejo da viagem


Poema do MarO drama do Mar,o desassossego do mar,---------sempre---------sempre---------dentro de nós!O Mar!cercandoprendendo as nossas Ilhas,desgastando as rochas das nossas Ilhas!Deixando o esmalte do seu salitre nas faces dos pescadores,roncando nas areias das nossas praias,batendo a sua voz de encontro aos montes,baloiçando os barquinhos de pau que vão por estas costas...O Mar!pondo rezas nos lábios,deixando nos olhos dos que ficama nostalgia resignada de países distantesque chegam até nós nas estampas das ilustraçõesnas fitas de cinemae nesse ar de outros climas que trazem os passageirosquando desembarcam para ver a pobreza da terra!O Mar!a esperança na carta de longeque talvez não chegue mais!...O Mar!saudades dos velhos marinheiros contando histórias de tempos passados,histórias da...
tantas interrogações



...um mito?Numa entrevista ao Jornal de Notícias, Sveva Casati Modignani afirma que «a igualdade entre o homem e a mulher é um mito» (bom, eu acredito que é possível, embora a luta seja árdua, necessitando da colaboração não só das mulheres, como dos homens!). Apesar disso, não posso deixar de aplaudir a autora do Feminino Singular quando realça que «actualmente, as mulheres têm dois empregos: fora de casa e dentro dela. Mesmo a vida de uma mulher que se considera insignificante daria por certo um grande romance. Ser educada como mulher, casar-se, constituir família, criar os filhos... É uma tarefa ingrata que só nós podemos fazer. A autoconfiança...
Raízes no Mar



Parte de um cais a minha viagemE ela só leva uma trouxa de mimHá um mar que à minha saudade se agarraE um monte que da minha solidão abdicaVadinho velhinhoAjeitei a minha mochila e segui viagem. Por mais quantos anos? Talvez três ou quatro. Só sei que quero sair de Coimbra antes das minhas primeiras rugas!...
I.5. festança



Assembleia da Aldeia decretou que o ambiente deve ser preservado para o conforto das nossas gentes e para as futuras gerações... Aprovamos a construção de três complexos hoteleiros de padrão internacional para o povoamento do Monte Txota, do Monte Serrado e da vizinhança do Cemitério de Ponta Verde, com o imprescindível lema de turismo ecológico, tendo a natureza como a protagonista em qualquer actividade (um dia desses, vou acompanhar um grupinho numa caminhada pelo concelho, subindo e descendo os montes, e, no final, nada melhor do que ver peixinhos no fundo do mar!).Depois do regresso da paz, a Assembleia da Aldeia decidiu fazer uma festança....
I.4. bodeku


Então, no passado mês de Maio, houve tanta confusão por causa de um bodeku desaparecido... Mas isso não interessa agora!... Retomando o sonho, Djon‑Da‑Kruz Kamundongu começou a fazer geminações aqui e acolá. É só geminações!... Disseram-me que cunharam-lhe de Kamundongu por causa do seu paladar afinado. Como bafiu, tartarugas e pombas, não! Ele toca noutra banda! Disseram-me que ele prefere lagartixas fritas e gafanhotos grelhados. E até dizem que é por isso mesmo que Djon‑Da‑Kruz Kamundongu tem um físico atlético, invejado pela malta da oposição local. Bom, indo directamente ao sonho, Djon‑Da‑Kruz Kamundongu conseguiu um montão de computadores e materiais didácticos para as escolas e centros juvenis do concelho; quase meia dúzia de autocarros, sendo três especificamente para deslocar a malta...
1.3. Praça das Estórias



«Numa noite de Verão, à varanda da nossa casa frente ao mar e hoje frente à Praça, contemplava a minha aldeia mergulhada numa escuridão tremenda e eu, sonhadora e romântica, antevia Calheta num prisma diferente: uma Vila iluminada e com vida nocturna capaz de desafiar a própria Vila do Tarrafal. De mansinho, o mar beijava a praia na areia luminosa, como que debaixo do cântico da magia das sereias.»Dionísia VelhinhoUtopicamente tinha pensado que em cinco dias ia conseguir dar conta do sucedido, mas, pelo andar da caminhada, apercebi-me de que vou precisar de mais diazitos para relatar este sonho. Bom, foi assim...Nu kebra kel matacan de penedu...
1.2. de alto à baixo


SeSe cada gesto saísse soltoSe casa desejo tivesse corpoDe uma rocha de solSe cada lágrima cavasse a almaE túnel fosse onde coubesseSe com a força dos meus dedosRasgasse o vento (…)TacalheSão Miguel Arcanjo, nosso intercessor lá no céu, batalhou contra os malvados espíritos que bolçaram sangue na nossa terra. Para fazer a justiça, durante três dias, não parou de chover, mansamente. Chovia na terra e no mar; chovia dentro de nós. Num piscar de olhos, um manto verde estendeu‑se pelo concelho, desde o cimo dos montes até às ribeiras. Verdejava ternamente. E as nascentes brotavam água como no antigamente, rastejando pelas ribeiras. Em Flamengos, Ribeira Principal, Ribeireta e Ribeira de São Miguel, as águas cristalinas relembravam os velhos tempos. Manguinho de Seti Rubera voltou a combinar o...
I.1. tintim por tintim



Contaram‑me tudo, tintim por tintim. Então, disseram‑me que foi no final da tarde, quando toda gente preparava‑se para jantar no sossego das suas casas. Uma chuva das grossas começava a cair, relampeando na terra como nunca dantes. Tombavam sangue dos antepassados que habitavam a aldeia. As bocas berravam tal acontecido facto. A aldeia fervilhava num redemoinho de vozes destoantes. E as humanas almas estremeciam de tamanha injustiça cometida aos antepassados.Antes do sol raiar, numa reunião na Escola Nova, um grupo de homens e mulheres da aldeia, por unânime unanimidade, concordaram que alguma coisa devida era necessário fazer para apaziguar...
I. Imaginar São Miguel --- 25 a 29 de Setembro



«O que faz andar a estrada? É o sonho. Enquanto a gente sonhar a estrada permanecerá viva. É para isso que servem os caminhos, para nos fazerem parentes do futuro.»Fala de Tuahir (Terra Sonâmbula, Mia Couto).Em cinco dias, vou deixar aqui pedaços de contestação sobre o estado do concelho de São Miguel. Trata‑se de um sonho para fazer andar a estrada... Este sonho será contado em cinco tecladas: I.1. tintim por tintim; I.2. de alto à baixo; I.3. Praça das Estórias; I.4. bodeku; I.5. festan...
Basta!!!



Na minha aldeia, ensinaram-me a receber bem as visitas, com a necessária morabeza e a oferecer pelo menos um copo de água fresca. Também ensinaram‑me que, na casa das outras pessoas, não devemos nunca esquecer as regras da boa educação, entrando e saindo sem provocar sarilhos em espaços alheios. Não recordo qual procedimento é mais indicado para lidar com as visitas quando começam a ser incómodas. Longe de nós da aldeia mandar alguém para fora da nossa humilde casa! Enquanto penso nisso, vou aquecendo os músculos...Como sou eu a dona deste blog, vou manter a opção «anónimo». Não me interessa quem é o «anónimo I» ou o «anónimo II», nem descodificar...
boas vindas à caloirada



cidade, universidade e diversidadeCoimbra é «uma espécie de estufa» preparada para a universidade e para a malta estudantil. É desta forma que muitas pessoas definem a cidade de Coimbra. Por albergar a mais antiga universidade lusa, Coimbra é distinguida pelas suas tradições académicas seculares...A malta estudantil é recebida de braços abertos nesta cidade, que sem o brio juvenil mais não é do que uma alma penada. E o ambiente coimbrão marca a vida de cada estudante que por aqui passa.A universidade oferece condições óptimas para a revelação de grandes estudantes (com ricas bibliotecas, vastíssimos depósitos de obras milenares, reputados laboratórios...
«Anónimos»


Cavalheiros, se quiserem dar coices, procurem o curral mais próximo! Se quiserem resolver problemazinhos antigos que ainda vos assombram, esperem para quando se cruzarem! Enfrentem-se! Dois ou três socos (risosss…) não faz mal... Não quero com isso incitar a violência, pois basta o que os thugs estão a fazer lá na nossa capital. Mas também estar aqui a ouvir as vossas fúrias... Upss… ai como eu sofro!!!………Estou a gostar dessa experiência na blogosfera. Porém, manter um blog dá muito mais trabalho do que inicialmente pensava. Para além de preparar os posts, dialogar com blogistas da vizinhança, receber as visitas e reagir aos comentários, ainda querem que eu compre uma lanterna para vigiar os anónimos.Bom, nunca preocupei‑me com o anonimato, nem quero ter essa preocupação. Interessa‑me o diálogo,...
Pátria



Julinhu d’MoreraNão me lembro em que classe andava. Julinhu d’Morera, colega de turma do meu mano Lindo, era demasiado distraído. O pai ralhava‑lhe sempre por causa da desatenção indevida que dedicava à leitura e aos estudos.Bom, naquele ano, num exame da primária, após ter lido um texto sobre a “Pátria”, onde suponho que uma mãe vagamente explicava ao filho o significado da Pátria, a sua querida professora Clarisse perguntou:- menino Júlio, o que é a Pátria?- hummm... (murmurou durante segundos).- Júlio...- Prusora, prof... A Pátria é a minha Mãe!Foi assim que respondeu o Júlio, com a insegurança contida na resposta que lhe valeu a reprovação...
Estátua Imaginada


.Sentadodesenhas a espumaque dos ossos dos sonhos se erigee progride rente à noite do martírioDe péfrondoso entre as frondosas árvoresestilhaças o crâniodas antigas odes e das suas rememoraçõespara o teu povo celebrare os seus heróiserectos no alfabeto de um novo tempoDebruçadosobre a lonjurados séculos de dor e esperançatal sombra em busca de corpoescrutas o azulque do silêncio em mar se transfiguraExpectanteas penedias entre os regaçose as secas ribeiras sobre o dorsodo mar constróisum novo verde marque se petrifica entre os dedosinundados de sol e suorCaminhantefloresces um hino infante dos séculosque em pátria se plasmamna sua demanda do verdeainda apenas pressentidoea espumaé entãoo rosto mais recentea face mais dançarinada memória e da esperançanuas e límpidasna pátria dos nossos avôsPraia,...
«Tribunal de Opinião»: Perfil Político de Amílcar Cabral



Amílcar Cabral, líder e teórico da luta pela libertação da Guiné-Bissau e Cabo Verde, ficou registado na história do século XX, com a sua contribuição contra o colonialismo português. A sua obra tem sido estudada pelo mundo fora. E é hoje uma referência no âmbito dos Estudos Culturais e dos Estudos Pós‑coloniais.Feitas essas considerações, abro esta página para uma pequena discussão sobre Amílcar Cabral. Posso ser a «fada madrinha» de Cabral, e proponho o Anónimo I como «advogado do diabo». Cabe ao «advogado do diabo» uma postura crítica, procurando contestar as ideias de Amílcar Cabral e gerar pensamento crítico.As pessoas que quiserem participar...
Amílcar Cabral



Diogo e Cabral Diogo Gomi mora la di ribaNa lado de cá PresidenteMora na mei de 3 ContinenteCabralLi di baxo ta gritado bibaDiogo sta rostu pa ParlamentoAmílcar de cara pa cemitérioNha guenti más ki mistérioÊ sodade ô ê esquecimento?Mário LúcioQuando vi o retrato da “coincidência” postada em Djaroz, parei para pensar na estátua de Amílcar Cabral, fuliadu na kobon, algures em Taiti, bairro “descartável” da capital cabo‑verdiana... Como refere o Sociólogo e Historiador António Leão Correia e Silva, Várzea devia ser sublimada por causa do seu papel no decurso da história do nosso país. Por isso, acho que não é de todo mau manter a estátua do fundador...
Violência Urbana


«os nossos valores»Num artigo de opinião, publicado no asemana online, Dulcineia faz um apelo para a mudança de atitudes, tendo em atenção a violência e a onda de assaltos na nossa Praia. Diz a cronista que “é angustiante viver numa sociedade onde pouco podemos fazer, porque vivemos amedrontados.” Ainda realça a sua angústia perante a fraqueza dos nossos valores para fazer frente a situações de violência na nossa pequena capital.Para quem convive diariamente com a insegurança flutuante dos últimos anos na Praia, para quem se encontra na diáspora, ou mesmo para um/a turista, custa acreditar como a violência urbana penetrou fortemente a capital cabo‑verdiana. É lamentável como as autoridades pouco conseguem fazer para apaziguar o clima de insegurança instalado! Mas não é por esse caminho que...
Angola



Ondjaki Hoje, dia das segundas eleições angolenses após a abertura política, para além de ter acordado com um sms do Tavira, recebi um email da Paredes com a lista de finalistas do Prémio Portugal Telecom de Literatura 2008. Mais uma vez, o escritor angolense Ondjaki encontra-se entre os dez nomes escolhidos para a grande final no dia 29 de Outubro. Bom, vou aproveitar a data do anúncio dos resultados para postar uma pequena nota aqui neste esconderijo sobre a escrita do Ondjaki. Por agora me apetece parabenizar o jovem escritor e as estórias de Luanda contidas em “Os da minha rua”! Um abraço bem forte ao velho abacateiro...5 de Setembro: Bom...
Coimbra



Aqui a noite é quase tão mágica como na minha Calheta, a vida académica é feita de poesia e tudo parece eterno...O meu mano parece que não gosta muito da mansidão dos dias em Coimbra. Chegou da Calheta para feriar em Portugal, passou por Coimbra, mas não demorou mais do que uma semana. Arranjou logo uma desculpa para ir à Lisboa: um tal imperdível Benfica‑Porto lá no Estádio da Luz. Bom, tentei argumentar que podíamos ir assistir a um jogo da Académica, mas não adiantou. Sendo assim, acabaram-se as minhas férias e amanhã tudo volta ao normal...
Lisboa



Lisboa rima com Pessoa. Claro, gosto de Pessoa! Porém, quando o tema de conversa é Lisboa, tento fugir o máximo possível e imaginável. Posso dizer que não tenho muita simpatia por essa cidade, apesar de uns sítios e encantos que merecem alguma reserva. Entretanto, ultimamente, tenho ido lá várias vezes.Desta vez, fui à Lisboa para paródias familiares. Descobri um primo do meu pai escondido nessa cidade. Fui conhecê-lo e, como seria de esperar, foi uma maravilha cada segundo que passei com esse meu mais novo tio. Aproveitei para conhecer os meus mais novos primos e as minhas mais novas primas. Resumindo e concluindo, foram dias de festa com boa...
Sintra para Sonhar


Não encontro palavras em justas porções para descrever aquela quinta‑feira em Sintra. Os detalhes todos foram imaginados previamente. Desde a viagem de Comboio, na companhia da poesia em pessoa, até os temas de conversa na quinta. Tinha previsto passar dois dias em Sintra, mas sussurraram‑me ao ouvido que, durante o Outono, os dias e as noites são mais nostálgicos nessa vila historicamente conhecida pelo seu ambiente sublime. Por esse motivo, o regresso foi logo anunciado...Chegámos à Sintra pela manhã, daquele dia encantado. O anfitrião esperava-nos amavelmente na estação. Para não quebrar a melodia da vila, tomámos um café ali perto, antes...
Vila Nova de Gaia



Desfilámos por vilas piscatórias do Grande Porto, observando a mansidão do mar. Depois seguimos para Vila Nova de Gaia. Numa dessas voltas, cruzámos com a Loja do Pescador (que me fez recordar de o Monumento do Pescador, algures em Caminha). Percorrendo a borda de Gaia, cheirámos o famoso vinho do Porto. Passámos pelo Cais de Gaia, área turística de belíssimas esplanadas, agradáveis restaurantes e simpáticos bares, na margem esquerda do rio Douro. Com as pernas fraquejadas, sentamos numa tasca típica da região para um almocito, tendo à frente a zona histórica do Porto, eleita património mundial.Poucos segundos depois, apareceu na nossa mesa uma...
Caminha



Estando em Viana do Castelo, optamos por dar um saltinho até à vila da Caminha. Visitámos o Chafariz do Terreiro, a Torre do Relógio, a Igreja da Misericórdia, o Castelo de Caminha, a Igreja Matriz de Caminha e as Muralhas. Foi uma linda manhã, numa vila admirável! Do outro lado do atlântico, a bela Espanha apontava sinais da sua proximidade. Pena foi não termos ido à Vila Nova de Cerveira, ali ao lado!...
Viana do Castelo



Do longe, vimos o Templo de Santa Luzia, o nosso primeiro olhar do lugar. De olhos fechados fechadinhos, subimos até ao monte da santa. Ao colo da santuska, vislumbrei a magnífica paisagem que tinha aos meus pés: atrás de mim, a serra toda ela verdíssima; numa das laterais, o mar, embora não era parecido com o das minhas saudades; à minha frente, o rio Lima. Ao olhar a magnífica paisagem desse lugar, pensei num suspiro só: meu deus, como é possível uma cidade escondidinha contemplar os mistérios do mar, da serra e as águas do rio! Porque é que só agora descobri Viana do Castelo? Certeza apenas a de que desejo voltar...Depois da visita à cidade,...
Início da viagem... foi uma maravilha!



Este ano, com a chegada do «verão quente», aceitei o desafio de redescobrir bocados da terra lusa. Como adoro cidades históricas, sobretudo aquelas pacatas que quase ninguém dá por elas, foi com muita emoção que peguei na minha velha mochila de couro, metendo lá dentro um diário cor‑de‑rosa, um lápis afiado, uma máquina fotográfica digital, um livro de poesia com folhas soltas e uma caixinha de maquilhagem com um bâton de cor nenhuma e um pequeno espelho. Numa sacola extra, levei um protector solar, uma garrafa de água, uma escova azul para os dentes e uma outra para os cabelos, entre outras tralhas de mulheres... Saí de casa preparada para o...